Levantamento ecológico e conservação das savanas do arquipélago de Marajó, Pará

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Samuel Soares Almeida
Formato: Online
Publicado em: 2004
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=24831
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abstract O estudo busca desenvolver e reunir conhecimentos científicos sobre a ecoregião do Marajó, de modo a servir de base para o estabelecimento de estratégias de zoneamento, manejo e conservação.
coverage Apesar da área de Marajó ser afetada por atividades humanas, tanto histórica como presentemente, conhece-se muito pouco sobre os impactos ambientais sofridos por seu ecossistema. Não há estudos, anteriores a esta pesquisa, sobre os impactos das atividades econômicas (criação de gado bovino e bufalino, retirada de palmito, pesca, etc) na biodiversidade do Arquipélago do Marajó. Por outro lado, processos mais acelerados de degradação estão em curso na porção ocidental da ilha de Marajó pela alteração florestal provocada pela retirada de palmito e madeira. Entrevistas informais permitem estimar que, em apenas um dia, um trabalhador é capaz de cortar e transportar até trezentos palmitos de açaí. Frutos dessa palmeira fazem parte da dieta de muitos animais frugívoros, fazendo com que a conservação dessa região dependa principalmente do manejo da exploração de madeira e palmito. Em suma, o arquipélago de Marajó, apesar de pertencer a uma Unidade de Uso Sustentável (ex-uso indireto), realmente muito pouco apresenta em termos de gestão territorial ambiental. Os resultados e produtos previstos na pesquisa (banco de dados biológicos e ambientais dos sítios estudados; mapas de priorização por grupo biológico e por categoria de importância para conservação; análises e diagnósticos temáticos utilizando parâmetros ecológicos e biogeográficos; mídia de CD ROM e livro do relatório final para divulgação e disseminação) vão fornecer instrumentos efetivos de planejamento e gestão ambiental. As práticas derivadas do uso destes produtos poderão ser altamente positivas, desde que os resultados sejam disseminados de forma eficiente e cheguem até os agentes tomadores de decisão, às organizações da sociedade e às comunidades envolvidas. A divulgação por mídia eletrônica atingirá o primeiro público, em seus níveis municipal, estadual e federal; enquanto a divulgação impressa e a disseminação em meios de comunicação poderá alcançar as comunidades e suas organizações. Espera-se, com esta pesquisa, favorecer a mudança de atitude, em relação à questão ambiental do Marajó, por parte das pessoas potencialmente beneficiadas ou afetadas pela indicação de áreas protegidas. O Marajó tem uma estrutura fundiária complexa composta por latifúndios familiares, de estilo feudal, que nem sempre favorece as ações de conservação, pois há muita desinformação sobre o que são e para que servem áreas protegidas. Espera-se que com os resultados, ações de proteção ambiental sejam tomadas e que o zoneamento e a gestão territorial ambiental do Marajó se tornem uma realidade.
O Diagnóstico da Gestão Ambiental nas Unidades da Federação, do Ministério do Meio Ambiente, indica, entre as principais ameaças ambientais no Estado do Pará, a pressão da pesca industrial e artesanal, principalmente nas áreas costeiras; a pesca predatória; o desmatamento e a exploração madeireira ilegal; a exploração do palmito sem manejo ou reflorestamento e a pecuária extensiva. Muitos projetos ameaçam os ecossistemas regionais. Um dos mais ameaçados é o do arquipélago de Marajó, na embocadura do Rio Amazonas. Entre os projetos que podem afetar diretamente o ecossistema marajoara, por exemplo, está a abertura de um canal de navegação cruzando a ilha, para diminuir o tempo de navegação entre Belém e Macapá. A abertura do canal teria efeitos diretos sobre as comunidades de animais e plantas características do hábitat marajoara, degradando o ambiente e reduzindo ou eliminando fontes alimentares como a vegetação aquática e seus organismos bênticos (isto é, a fauna do fundo das águas) associados. Outras ameaças ao ambiente do arquipélago marajoara (48 mil quilômetros quadrados na ilha de Marajó e outros 14 mil quilômetros quadrados nas demais ilhas do arquipélago) derivam da implantação de instalações turísticas, da indústria de pesca e da agroindústria de abacaxi, do beneficiamento do palmito e da pecuária. Só no município de Salvaterra, em Marajó, a implantação de uma fábrica de processamento de abacaxi implica em ampliar de 300 para 1000 hectares a área plantada com a fruta. A indústria de filetagem de pescado, no mesmo município, envolve 500 embarcações num processo de pesca intensiva. Um novo embarcadouro foi construído e a rede elétrica foi expandida. Já uma indústria do palmito, instalada no município de Muaná, adquire a matéria prima dos moradores da região, que retiram o palmito muitas vezes da área de campo, onde estão concentrados os açaizais nativos. Diante dessa situação, e da quase inexistência de dados confiáveis e cientificamente embasados sobre os ecossistemas marajoaras, especialmente as savanas, pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) propõem estudar e reunir conhecimentos científicos sobre a ecoregião do Marajó, de modo a servir de base para o estabelecimento de estratégias de zoneamento, manejo e conservação. Os objetivos gerais da proposta são: 1.caracterização ecológica e biogeográfica das manchas de savana do Arquipélago do Marajó; 2.seleção e indicação de áreas prioritárias à conservação da biodiversidade das savanas do Arquipélago do Marajó; e 3.mapeamento, em escala ampliada (1:25.000), das áreas prioritárias selecionadas, com legendas para grau de importância, baseadas em análises integradas. A proposta prevê suas campanhas (expedições de pesquisa) nas épocas chuvosa e seca. Os procedimentos metodológicos no campo prevêem amostragens por Pontos de Observação e Inventários Biológicos. Serão feitas coletas de material biológico, que ficará agregado às coleções do Museu Goeldi. A primeira campanha, iniciada em Dezembro de 2003, levou para os municípios de Ponta de Pedras, Muaná e Salvaterra cerca de 25 pessoas entre pesquisadores, bolsistas e técnicos que iniciaram os levantamentos de campo em diversos grupos de animais e plantas. A campanha teve duração de 12 dias. Os estudos concentraram-se em 4 polígonos, que serão avaliados quanto à representatividade dos mesmos dentro da diversidade de ambientes de savanas úmidas da região do Marajó.
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A metodologia a ser utilizada na pesquisa será adaptada dos RAPs (sigla em inglês para programas rápidos de levantamento de dados) que são centrados em ecossistemas e paisagens. Essa tem sido considerada a melhor estratégia para estabelecer prioridades para a conservação de organismos e processos ecológicos em áreas biologicamente pouco conhecidas ou desconhecidas. Entretanto, um grande diferencial da metodologia proposta neste estudo é a intenção de obter coleções de referências para todos os grupos temáticos amostrados. Essas coleções possibilitarão o desenvolvimento de estudos, no futuro, sobre a sistemática, taxonomia (classificação científica), variação geográfica e o detalhamento de vários aspectos da biologia das espécies coletadas (por exemplo, estudos sobre a dieta, reprodução e identificação de parasitas específicos, etc). A metodologia desta proposta está estruturada por objetivos específicos e as suas respectivas atividades. A unidade primária de análise espacial será a Unidade de Paisagem (UP), conceito fisionômico que integra, num só polígono, as informações das análises espectrais da vegetação, geomorfologia, solos e quando for o caso, uso da terra. Esses temas são correlacionados e ajudam no entendimento do conjunto da paisagem. Para a identificação das UP’s serão obtidos mosaicos de imagens de satélite (MIS), fotografias aéreas e imagens de radar. Para a realização da seleção preliminar das UP’s que terão tipologias vegetacionais amostradas, será realizado um sobrevôo para que o mapa preliminar supervisionado, que contém a discriminação provisória das tipologias, possa ser verificado. Além da visualização, serão feitas documentações fotográfica e videográfica ao longo da rota de vôo. A rota e os “way points” serão definidos com base nas tipologias selecionadas para verificação. Após o sobrevôo serão definidas as locações para os Pontos de Amostragens (PO’s) e Inventários Fitossociológicos (IF’s), nas tipologias já definidas e classificadas. Utilizando programas de GIS (posicionamento geográfico) será produzido um mapa logístico com as locações dos PO’s e dos IF’s, sobrepostos às tipologias e às UP’s. A primeira etapa do inventário biológico consistirá no levantamento dos dados secundários de cada grupo temático. Esses dados secundários permitirão a elaboração de listas de espécies esperadas para ocorrer nas savanas do Arquipélago do Marajó. Os dados secundários serão de dois tipos: (1) dados bibliográficos e (2) dados das coleções científicas do Museu Goeldi. Os dados serão incorporados em um banco de dados preliminar que conterá a identificação do taxon (classe, ordem, família e espécie), o nome vernacular, a localidade de registro e, se possível, informações ecológicas (por exemplo, habitat, microhabitat, guilda) e a distribuição potencial de cada espécie coletada. Após a definição das locações para os Pontos de Amostragens (PO’s) e Inventários Fitossociológicos (IF’s), serão desenvolvidos os estudos de campo. Estão previstas 4 expedições, com duração média de uma quinzena cada, em dois diferentes períodos do ano, o que possibilitará uma caracterização preliminar dos padrões sazonais das comunidade e permitirá a amostragem dos dois agrupamentos de manchas de savana existentes no Arquipélago do Marajó. A fauna será amostrada a partir de uma combinação de técnicas distintas para cada um dos cinco grupos de vertebrados – peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos – e para um grupo de invertebrados – os insetos aquáticos. As técnicas incluem: (a) censos terrestres (diurnos e noturnos); (b) capturas com redes de nylon; (c) capturas com espinhéis; (d) capturas com puçá; (e) capturas com armadilhas de interceptação e queda; (f) censos aquáticos; (g) observações com binóculos; (h) registros das manifestações sonoras; (i) capturas com tiros de espingarda ou revólver; (j) registros de indícios da presença da espécie na área, como fezes, pegadas, ninhos, carcaças e abrigos; e (l) informações confiáveis, baseadas em observações de terceiros ou em entrevistas, sistemáticas ou não, com a população local. As técnicas de amostragem incluem métodos qualitativos e quantitativos de levantamento da fauna silvestre. O emprego de métodos quantitativos possibilitará obter informações sobre a abundância relativa das espécies amostradas. Embora não sejam aplicáveis em análises estatísticas, os métodos qualitativos tornam-se importantes por amostrarem espécies que podem não ser registradas pelos métodos quantitativos, devido à seletividade destes. Em cada área amostrada qualitativamente ou quantitativamente será estabelecida uma caracterização ecológica, com a descrição da estrutura da vegetação e o registro de influência antrópica (humana) ou de evidência de perturbação ambiental (por exemplo, corte de madeira, extrativismo, caça, fogo, proximidade de estradas, etc.). Todos os pontos estudados serão registrados através de documentação fotográfica e as coordenadas obtidas através da utilização de GPS. Quanto à seleção de áreas prioritárias para conservação, após as análises dos parâmetros fitossociológicos, será feita a seleção das áreas baseada nas análises fitogeográficas. O processo de priorização obedecerá à gradação recomendada pelo PROBIO (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira): Grupo 1: áreas de extrema importância Grupo 2: áreas de muito alta importância Grupo 3: áreas de alta importância Grupo 4: áreas importantes Os pesquisadores mapearão as áreas indicadas para conservação, georeferenciando a localização. Diversos tipos de mapas serão produzidos: mapas com localização espacial dos gradientes de riqueza de espécies por grupo temático e conjugando diferentes grupos, com o objetivo de definir possíveis centros de concentração da biodiversidade para os diferentes grupos; mapas com previsão futura de possíveis eventos de perturbação antrópica permanente ou pontual, devido a processos de ocupação ou invasão de áreas; mapas com superposição das áreas previstas com possível evento de perturbação e sua função com mapas de riqueza de espécies. A indicação das áreas será feita através da discriminação espacial, diagnóstico das manchas priorizadas e justificativas baseada nos critérios de importância ecológica e biogeográfica e do grau de ameaças pertinentes. A pesquisa produzirá um CD ROM com todos os textos editados em 2 versões: uma versão integral e outra versão constituída de um Sumário Executivo dos resultados do projeto. Serão feitas 20 cópias do CD ROM. Cópias adicionais poderão ser feitas dependendo da disponibilidade de recursos. Os CD’s ROM serão reproduzidos e distribuídos para o PROBIO e o Museu Goeldi. A divulgação será conjunta, com estratégias de alcance diferentes. O material a ser distribuído pelo MPEG será encaminhado aos poderes municipal e estadual; organizações não governamentais regionais e locais. Está prevista uma oficina de repasse em Salvaterra e Chaves, onde o produto será apresentado. Além dos textos, o CD ROM terá também todos os mapas e o Banco de Dados com todas as informações temáticas sobre os grupos biológicos. Após a finalização do Relatório Técnico Final, o texto será editado e formatado para ser impresso como livro. Serão impressas 200 cópias do livro, divididas entre PROBIO e o MPEG. A estratégia de disseminação será a mesma adotada para o CD ROM.
institution Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Museu Paraense Emílio Goeldi
Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira
publishDate 2004
publishDateFull 2004-01-14
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Essas coleções possibilitarão o desenvolvimento de estudos, no futuro, sobre a sistemática, taxonomia (classificação científica), variação geográfica e o detalhamento de vários aspectos da biologia das espécies coletadas (por exemplo, estudos sobre a dieta, reprodução e identificação de parasitas específicos, etc). A metodologia desta proposta está estruturada por objetivos específicos e as suas respectivas atividades. A unidade primária de análise espacial será a Unidade de Paisagem (UP), conceito fisionômico que integra, num só polígono, as informações das análises espectrais da vegetação, geomorfologia, solos e quando for o caso, uso da terra. Esses temas são correlacionados e ajudam no entendimento do conjunto da paisagem. Para a identificação das UP’s serão obtidos mosaicos de imagens de satélite (MIS), fotografias aéreas e imagens de radar. Para a realização da seleção preliminar das UP’s que terão tipologias vegetacionais amostradas, será realizado um sobrevôo para que o mapa preliminar supervisionado, que contém a discriminação provisória das tipologias, possa ser verificado. Além da visualização, serão feitas documentações fotográfica e videográfica ao longo da rota de vôo. A rota e os “way points” serão definidos com base nas tipologias selecionadas para verificação. Após o sobrevôo serão definidas as locações para os Pontos de Amostragens (PO’s) e Inventários Fitossociológicos (IF’s), nas tipologias já definidas e classificadas. Utilizando programas de GIS (posicionamento geográfico) será produzido um mapa logístico com as locações dos PO’s e dos IF’s, sobrepostos às tipologias e às UP’s. A primeira etapa do inventário biológico consistirá no levantamento dos dados secundários de cada grupo temático. Esses dados secundários permitirão a elaboração de listas de espécies esperadas para ocorrer nas savanas do Arquipélago do Marajó. Os dados secundários serão de dois tipos: (1) dados bibliográficos e (2) dados das coleções científicas do Museu Goeldi. Os dados serão incorporados em um banco de dados preliminar que conterá a identificação do taxon (classe, ordem, família e espécie), o nome vernacular, a localidade de registro e, se possível, informações ecológicas (por exemplo, habitat, microhabitat, guilda) e a distribuição potencial de cada espécie coletada. Após a definição das locações para os Pontos de Amostragens (PO’s) e Inventários Fitossociológicos (IF’s), serão desenvolvidos os estudos de campo. 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Essa tem sido considerada a melhor estratégia para estabelecer prioridades para a conservação de organismos e processos ecológicos em áreas biologicamente pouco conhecidas ou desconhecidas. Entretanto, um grande diferencial da metodologia proposta neste estudo é a intenção de obter coleções de referências para todos os grupos temáticos amostrados. Essas coleções possibilitarão o desenvolvimento de estudos, no futuro, sobre a sistemática, taxonomia (classificação científica), variação geográfica e o detalhamento de vários aspectos da biologia das espécies coletadas (por exemplo, estudos sobre a dieta, reprodução e identificação de parasitas específicos, etc). A metodologia desta proposta está estruturada por objetivos específicos e as suas respectivas atividades. A unidade primária de análise espacial será a Unidade de Paisagem (UP), conceito fisionômico que integra, num só polígono, as informações das análises espectrais da vegetação, geomorfologia, solos e quando for o caso, uso da terra. Esses temas são correlacionados e ajudam no entendimento do conjunto da paisagem. Para a identificação das UP’s serão obtidos mosaicos de imagens de satélite (MIS), fotografias aéreas e imagens de radar. Para a realização da seleção preliminar das UP’s que terão tipologias vegetacionais amostradas, será realizado um sobrevôo para que o mapa preliminar supervisionado, que contém a discriminação provisória das tipologias, possa ser verificado. Além da visualização, serão feitas documentações fotográfica e videográfica ao longo da rota de vôo. A rota e os “way points” serão definidos com base nas tipologias selecionadas para verificação. Após o sobrevôo serão definidas as locações para os Pontos de Amostragens (PO’s) e Inventários Fitossociológicos (IF’s), nas tipologias já definidas e classificadas. Utilizando programas de GIS (posicionamento geográfico) será produzido um mapa logístico com as locações dos PO’s e dos IF’s, sobrepostos às tipologias e às UP’s. A primeira etapa do inventário biológico consistirá no levantamento dos dados secundários de cada grupo temático. Esses dados secundários permitirão a elaboração de listas de espécies esperadas para ocorrer nas savanas do Arquipélago do Marajó. Os dados secundários serão de dois tipos: (1) dados bibliográficos e (2) dados das coleções científicas do Museu Goeldi. Os dados serão incorporados em um banco de dados preliminar que conterá a identificação do taxon (classe, ordem, família e espécie), o nome vernacular, a localidade de registro e, se possível, informações ecológicas (por exemplo, habitat, microhabitat, guilda) e a distribuição potencial de cada espécie coletada. Após a definição das locações para os Pontos de Amostragens (PO’s) e Inventários Fitossociológicos (IF’s), serão desenvolvidos os estudos de campo. Estão previstas 4 expedições, com duração média de uma quinzena cada, em dois diferentes períodos do ano, o que possibilitará uma caracterização preliminar dos padrões sazonais das comunidade e permitirá a amostragem dos dois agrupamentos de manchas de savana existentes no Arquipélago do Marajó. A fauna será amostrada a partir de uma combinação de técnicas distintas para cada um dos cinco grupos de vertebrados – peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos – e para um grupo de invertebrados – os insetos aquáticos. As técnicas incluem: (a) censos terrestres (diurnos e noturnos); (b) capturas com redes de nylon; (c) capturas com espinhéis; (d) capturas com puçá; (e) capturas com armadilhas de interceptação e queda; (f) censos aquáticos; (g) observações com binóculos; (h) registros das manifestações sonoras; (i) capturas com tiros de espingarda ou revólver; (j) registros de indícios da presença da espécie na área, como fezes, pegadas, ninhos, carcaças e abrigos; e (l) informações confiáveis, baseadas em observações de terceiros ou em entrevistas, sistemáticas ou não, com a população local. As técnicas de amostragem incluem métodos qualitativos e quantitativos de levantamento da fauna silvestre. O emprego de métodos quantitativos possibilitará obter informações sobre a abundância relativa das espécies amostradas. Embora não sejam aplicáveis em análises estatísticas, os métodos qualitativos tornam-se importantes por amostrarem espécies que podem não ser registradas pelos métodos quantitativos, devido à seletividade destes. Em cada área amostrada qualitativamente ou quantitativamente será estabelecida uma caracterização ecológica, com a descrição da estrutura da vegetação e o registro de influência antrópica (humana) ou de evidência de perturbação ambiental (por exemplo, corte de madeira, extrativismo, caça, fogo, proximidade de estradas, etc.). Todos os pontos estudados serão registrados através de documentação fotográfica e as coordenadas obtidas através da utilização de GPS. Quanto à seleção de áreas prioritárias para conservação, após as análises dos parâmetros fitossociológicos, será feita a seleção das áreas baseada nas análises fitogeográficas. O processo de priorização obedecerá à gradação recomendada pelo PROBIO (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira): Grupo 1: áreas de extrema importância Grupo 2: áreas de muito alta importância Grupo 3: áreas de alta importância Grupo 4: áreas importantes Os pesquisadores mapearão as áreas indicadas para conservação, georeferenciando a localização. Diversos tipos de mapas serão produzidos: mapas com localização espacial dos gradientes de riqueza de espécies por grupo temático e conjugando diferentes grupos, com o objetivo de definir possíveis centros de concentração da biodiversidade para os diferentes grupos; mapas com previsão futura de possíveis eventos de perturbação antrópica permanente ou pontual, devido a processos de ocupação ou invasão de áreas; mapas com superposição das áreas previstas com possível evento de perturbação e sua função com mapas de riqueza de espécies. A indicação das áreas será feita através da discriminação espacial, diagnóstico das manchas priorizadas e justificativas baseada nos critérios de importância ecológica e biogeográfica e do grau de ameaças pertinentes. A pesquisa produzirá um CD ROM com todos os textos editados em 2 versões: uma versão integral e outra versão constituída de um Sumário Executivo dos resultados do projeto. Serão feitas 20 cópias do CD ROM. Cópias adicionais poderão ser feitas dependendo da disponibilidade de recursos. Os CD’s ROM serão reproduzidos e distribuídos para o PROBIO e o Museu Goeldi. A divulgação será conjunta, com estratégias de alcance diferentes. O material a ser distribuído pelo MPEG será encaminhado aos poderes municipal e estadual; organizações não governamentais regionais e locais. Está prevista uma oficina de repasse em Salvaterra e Chaves, onde o produto será apresentado. Além dos textos, o CD ROM terá também todos os mapas e o Banco de Dados com todas as informações temáticas sobre os grupos biológicos. Após a finalização do Relatório Técnico Final, o texto será editado e formatado para ser impresso como livro. Serão impressas 200 cópias do livro, divididas entre PROBIO e o MPEG. A estratégia de disseminação será a mesma adotada para o CD ROM. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24831 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b17bc7aaf012db2e48fce6ec36a01f372cfc87a8.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/20309de8044fb4e2f5f2f5954e09261c7194fb29.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c0fa35c039cfd82d1ae403ec1b28a9a5bb0392f5.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/25186b8fd26b0677fc922fd14c15829dcba4c2af.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b154e36679cc46ed5105aaa9104f70b7e6dbf0d8.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/be13ec6311fec235014749675c2f4e04af66a4c2.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/ef8fdd99fe5bcd15865bf31df49ae337915d29c8.jpg