Pesquisadores estudam uso de materiais alternativos para baratear custo de casas populares no Brasil

Detalhes bibliográficos
Principais autores: Janaíde Cavalcante, Carolina Palermo Szücs
Formato: Online
Publicado em: 2004
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=24336
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abstract A pesquisa foi desenvolvida no Departamento de Engenharia Civil da UFSC com a finalidade de reaproveitar de resíduos na construção.
coverage Estes estudos revestem-se de importância social, econômica e também ambiental. No caso das cinzas de termoelétricas, além de gerar um produto alternativo para a construção, o reaproveitamento pode auxiliar na solução do problema de depósito final desse resíduo. As parcerias estabelecidas permitiram a valorização das cinzas em materiais de construção e a avaliação do comportamento em uso. Foram desenvolvidos concretos e argamassas com uso das cinzas da queima do carvão mineral, outra inovação. Em relação ao entulho da construção, diagnóstico realizado pela Universidade mostra que em Florianópolis, assim como em outras cidades, a eliminação em áreas impróprias para disposição provoca um sério problema ambiental, que com estas tecnologias seria, portanto, atenuado.
A questão da habitação é um dos grandes problemas sociais do Brasil. O déficit habitacional para a população de baixa renda é estimado em 6,6 milhões de moradias. Uma dificuldade suplementar para a erradicação desse problema, além do alto número de moradias a serem construídas, é o custo elevado das obras da construção civil. Diante disso, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), órgão do governo federal, vem subsidiando o Programa de Tecnologia para Habitação (HABITARE), cuja meta é pesquisar novas tecnologias para barateamento da construção de casas com interesse social (isto é, populares) com qualidade, no país. Na Universidade Federal de Santa Catarina, pesquisadores do HABITARE sediados nos Departamentos de Arquitetura e Urbanismo e de Egenharia Civil estudaram e construíram dois protótipos (casas-modelos) com diferentes materiais: um foi executado em madeira de reflorestamento do tipo pinus e o outro foi feito de blocos pré-moldados, concretos e argamassas produzidos com a adição de resíduos. As pesquisas com a madeira de reflorestamento foram realizadas pelo Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira, do Departamento de Engenharia Civil, e pelo Grupo de Estudos da Habitação (Ghab), ligado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo - ambos do Centro Tecnológico da UFSC. As pesquisas para reaproveitamento de resíduos na construção civil foram desenvolvidas junto ao Núcleo de Pesquisa em Construção (NPC), laboratório ValoRes (Valorização de Resíduos na Construção), do Departamento de Engenharia Civil da UFSC. Além da FINEP, CNPq e Caixa Econômica Federal, principais sustentadoras dos projetos, o processo de pesquisa e de construção dos protótipos contou também com a colaboração de 9 empresas parceiras, da área da construção civil e de acabamentos.
No caso do protótipo de madeira, o objetivo é reduzir custos sem perda de qualidade, ampliando o sistema de produção industrial, e permitindo o atendimento de novos públicos, além das classes médias e altas. A revisão do sistema produtivo das empresas parceiras (que já constroem casas de madeira) está sendo viabilizada para atender a uma faixa de renda de 4 a 10 salários mínimos. O modelo que foi desenvolvido tem 37 metros quadrados distribuídos em dois pavimentos e utiliza intensivamente a madeira, tanto nas paredes e entrepisos quanto na cobertura que, além da estrutura, tem telhas de madeira. Pela participação no projeto, estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo ganharam em 2002 o 4º lugar no concurso nacional ´Soluções para Urbanização e Habitação de Baixo Custo no Brasil´, promovido pela Caixa Econômica Federal e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Outra característica do protótipo em madeira é sua flexibilidade, permitindo a ampliação através de painéis modulados. A proposta leva em conta pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos da Habitação (Ghab) da UFSC em conjuntos habitacionais populares e que diagnosticou a presença constante de alterações na construção original – os tradicionais ´puxadinhos´. Essas alterações são realizadas pelos moradores para atenderem a suas necessidades e podem comprometer o funcionamento e a segurança da habitação. Por isso o projeto desenvolvido incorporou essa necessidade, permitindo a construção em etapas. Contemplando também possibilidades de ampliação já previstas em projeto, a casa modelo de blocos pré-fabricados foi construída com materiais alternativos produzidos com a adição de resíduos, em sistema construtivo de alvenaria estrutural. Cinzas de termoelétricas, cinzas de cascas de arroz e entulho da construção civil foram estudados e transformaram-se em adições para os novos materiais dos blocos pré-moldados. As paredes da casa foram erguidas com blocos modulares produzidos com as cinzas de uma Termoelétrica. Outro concreto alternativo, onde o agregado natural é substituído por entulho da construção e demolição processado, foi produzido com adição de cinzas da casca de arroz. Os estudos foram realizados no Núcleo de Pesquisa em Construção e do Laboratório ValoRes (Valorização de Resíduos na Construção) da UFSC. A idéia do protótipo de blocos é trabalhar com materiais alternativos em um sistema de pré-moldados para a habitação popular, o que pode reduzir custos e agilizar a construção de moradias. A pré-fabricação dos blocos pode auxiliar a evitar excessos e a buscar maior controle de qualidade da habitação. O protótipo ainda é uma base de demonstração de soluções para a construção sustentável, como instalações elétricas otimizadas para baixo consumo de energia, painéis fotovoltaicos para geração de energia e sistema de aproveitamento da água de chuva.
institution Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Financiadora de Estudos e Projetos
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Tecnologia Para Habitação/Financiadora de Estudos e Projetos
Caixa Econômica Federal
publishDate 2004
publishDateFull 2004-01-22
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spelling 243362023-09-22T18:34:33Z1[CeS] Textos de divulgação Pesquisadores estudam uso de materiais alternativos para baratear custo de casas populares no Brasil Janaíde Cavalcante Carolina Palermo Szücs Tecnologia Brasil Ambiente & Sociedade Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Financiadora de Estudos e Projetos Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Tecnologia Para Habitação/Financiadora de Estudos e Projetos Caixa Econômica Federal 2004-01-22 Economia vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/469d598eb2020e19f7516edfcfd3a8d042672d31.jpg Estes estudos revestem-se de importância social, econômica e também ambiental. No caso das cinzas de termoelétricas, além de gerar um produto alternativo para a construção, o reaproveitamento pode auxiliar na solução do problema de depósito final desse resíduo. As parcerias estabelecidas permitiram a valorização das cinzas em materiais de construção e a avaliação do comportamento em uso. Foram desenvolvidos concretos e argamassas com uso das cinzas da queima do carvão mineral, outra inovação. Em relação ao entulho da construção, diagnóstico realizado pela Universidade mostra que em Florianópolis, assim como em outras cidades, a eliminação em áreas impróprias para disposição provoca um sério problema ambiental, que com estas tecnologias seria, portanto, atenuado. A questão da habitação é um dos grandes problemas sociais do Brasil. O déficit habitacional para a população de baixa renda é estimado em 6,6 milhões de moradias. Uma dificuldade suplementar para a erradicação desse problema, além do alto número de moradias a serem construídas, é o custo elevado das obras da construção civil. Diante disso, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), órgão do governo federal, vem subsidiando o Programa de Tecnologia para Habitação (HABITARE), cuja meta é pesquisar novas tecnologias para barateamento da construção de casas com interesse social (isto é, populares) com qualidade, no país. Na Universidade Federal de Santa Catarina, pesquisadores do HABITARE sediados nos Departamentos de Arquitetura e Urbanismo e de Egenharia Civil estudaram e construíram dois protótipos (casas-modelos) com diferentes materiais: um foi executado em madeira de reflorestamento do tipo pinus e o outro foi feito de blocos pré-moldados, concretos e argamassas produzidos com a adição de resíduos. As pesquisas com a madeira de reflorestamento foram realizadas pelo Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira, do Departamento de Engenharia Civil, e pelo Grupo de Estudos da Habitação (Ghab), ligado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo - ambos do Centro Tecnológico da UFSC. As pesquisas para reaproveitamento de resíduos na construção civil foram desenvolvidas junto ao Núcleo de Pesquisa em Construção (NPC), laboratório ValoRes (Valorização de Resíduos na Construção), do Departamento de Engenharia Civil da UFSC. Além da FINEP, CNPq e Caixa Econômica Federal, principais sustentadoras dos projetos, o processo de pesquisa e de construção dos protótipos contou também com a colaboração de 9 empresas parceiras, da área da construção civil e de acabamentos. No caso do protótipo de madeira, o objetivo é reduzir custos sem perda de qualidade, ampliando o sistema de produção industrial, e permitindo o atendimento de novos públicos, além das classes médias e altas. A revisão do sistema produtivo das empresas parceiras (que já constroem casas de madeira) está sendo viabilizada para atender a uma faixa de renda de 4 a 10 salários mínimos. O modelo que foi desenvolvido tem 37 metros quadrados distribuídos em dois pavimentos e utiliza intensivamente a madeira, tanto nas paredes e entrepisos quanto na cobertura que, além da estrutura, tem telhas de madeira. Pela participação no projeto, estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo ganharam em 2002 o 4º lugar no concurso nacional ´Soluções para Urbanização e Habitação de Baixo Custo no Brasil´, promovido pela Caixa Econômica Federal e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Outra característica do protótipo em madeira é sua flexibilidade, permitindo a ampliação através de painéis modulados. A proposta leva em conta pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos da Habitação (Ghab) da UFSC em conjuntos habitacionais populares e que diagnosticou a presença constante de alterações na construção original – os tradicionais ´puxadinhos´. Essas alterações são realizadas pelos moradores para atenderem a suas necessidades e podem comprometer o funcionamento e a segurança da habitação. Por isso o projeto desenvolvido incorporou essa necessidade, permitindo a construção em etapas. Contemplando também possibilidades de ampliação já previstas em projeto, a casa modelo de blocos pré-fabricados foi construída com materiais alternativos produzidos com a adição de resíduos, em sistema construtivo de alvenaria estrutural. Cinzas de termoelétricas, cinzas de cascas de arroz e entulho da construção civil foram estudados e transformaram-se em adições para os novos materiais dos blocos pré-moldados. As paredes da casa foram erguidas com blocos modulares produzidos com as cinzas de uma Termoelétrica. Outro concreto alternativo, onde o agregado natural é substituído por entulho da construção e demolição processado, foi produzido com adição de cinzas da casca de arroz. Os estudos foram realizados no Núcleo de Pesquisa em Construção e do Laboratório ValoRes (Valorização de Resíduos na Construção) da UFSC. A idéia do protótipo de blocos é trabalhar com materiais alternativos em um sistema de pré-moldados para a habitação popular, o que pode reduzir custos e agilizar a construção de moradias. A pré-fabricação dos blocos pode auxiliar a evitar excessos e a buscar maior controle de qualidade da habitação. O protótipo ainda é uma base de demonstração de soluções para a construção sustentável, como instalações elétricas otimizadas para baixo consumo de energia, painéis fotovoltaicos para geração de energia e sistema de aproveitamento da água de chuva. Pesquisadores estudam uso de materiais alternativos para baratear custo de casas populares no Brasil A pesquisa foi desenvolvida no Departamento de Engenharia Civil da UFSC com a finalidade de reaproveitar de resíduos na construção. 2004-01-22 Engenharias No caso do protótipo de madeira, o objetivo é reduzir custos sem perda de qualidade, ampliando o sistema de produção industrial, e permitindo o atendimento de novos públicos, além das classes médias e altas. A revisão do sistema produtivo das empresas parceiras (que já constroem casas de madeira) está sendo viabilizada para atender a uma faixa de renda de 4 a 10 salários mínimos. O modelo que foi desenvolvido tem 37 metros quadrados distribuídos em dois pavimentos e utiliza intensivamente a madeira, tanto nas paredes e entrepisos quanto na cobertura que, além da estrutura, tem telhas de madeira. Pela participação no projeto, estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo ganharam em 2002 o 4º lugar no concurso nacional ´Soluções para Urbanização e Habitação de Baixo Custo no Brasil´, promovido pela Caixa Econômica Federal e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Outra característica do protótipo em madeira é sua flexibilidade, permitindo a ampliação através de painéis modulados. A proposta leva em conta pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos da Habitação (Ghab) da UFSC em conjuntos habitacionais populares e que diagnosticou a presença constante de alterações na construção original – os tradicionais ´puxadinhos´. Essas alterações são realizadas pelos moradores para atenderem a suas necessidades e podem comprometer o funcionamento e a segurança da habitação. Por isso o projeto desenvolvido incorporou essa necessidade, permitindo a construção em etapas. 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