José Lutzenberger

Gaúcho porto-alegrense, primogênito, teve duas irmãs: Maria Magdalena e Rose Maria, filhos de Emma Kroeff - descendente de alemães - e José Joseph Franz Seraph - imigrante alemão. Lutzenberger ou Jolch, como era conhecido no âmbito familiar, foi educado em alemão e português, estudou também inglês,...

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Detaylı Bibliyografya
Materyal Türü: Online
Baskı/Yayın Bilgisi: 2021
Online Erişim:https://canalciencia.ibict.br/historia-das-ciencias/cientista?item_id=22922
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description Gaúcho porto-alegrense, primogênito, teve duas irmãs: Maria Magdalena e Rose Maria, filhos de Emma Kroeff - descendente de alemães - e José Joseph Franz Seraph - imigrante alemão. Lutzenberger ou Jolch, como era conhecido no âmbito familiar, foi educado em alemão e português, estudou também inglês, francês e espanhol. Passou a infância em contato com a natureza, fato este devidamente documentado em desenhos e crônicas pelo próprio pai de Lutzemberg, que escreveu em seus registros” ... passava horas caminhando... gostava do Parque da Redenção, que seria.... a própria encarnação da maravilha". Aluno das melhores escolas em Porto Alegre, cursou o 1º grau na Escola São José (Skt. Josefschule), no local há uma igreja projetada e ilustrada pelo pai de Lutzemberg. Estudou no Colégio Farroupilha (Hilfsvereinschule até a 2ª Guerra Mundial). Cursou o ginasial no Colégio Rosário, dos Irmãos Maristas. Prestou serviço militar em 1945, derradeiro ano da 2ª Guerra e estudou entre 1947/1950 na Faculdade de Agronomia (UFRS). No ano de 1951/1952, concluiu a pós-graduação em Ciências do Solo, na Louisiana State University. Retornou a Porto Alegre, onde trabalhou por quatro quatro anos na Companhia Riograndense de Adubos, após esse período foi contratado pela Sulpampa/BASF, na qual exerceu o cargo de intérprete do diretor da BASF. Neste mesmo ano, casou-se contra a vontade da mãe, com Annimarie Wilms. Entre 1957/1959, transferiu-se para Ciba-Geigy (Alemanha), para atuar com adubos químicos, na sequência recebeu o convite para trabalhar como técnico e executivo da BASF na Venezuela, onde nasceu a primeira filha dele, Lilly Charlotte. Em 1996, mudou-se para o Marrocos, onde nasceu Lara Josette Wilm (2ª filha do casal). Exerceu também o cargo de executivo e assessor técnico no Norte da América do Sul e Caraíbas, na África do Norte, Espanha e Canárias. Em dezembro de 1970, pediu demissão, por não coadunar sua percepção ecológica com o foco agro-químico da BASF, com isso retornou a Porto Alegre e, residiu na casa do pai. Nesse período, atuou como consultor e empresário, ministrou palestras e participou de movimentos ambientalistas na Europa, Américas (Norte; Sul), Ásia e África. Em abril de 1971, juntamente com Augusto Carneiro, Antônio Tavares Quintas, Hilda Zimmermann, Mário Fonseca, Nicolau Campos e Renato Petry, fundou a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), Organização Não Governamental precursora brasileira da ecologia e de questões ambientais, atuando desde a poda adequada de árvores de Porto Alegre; como em ações antipoluição contra a empresa norueguesa Borregaard, fábrica de celulose; intervindo na reciclagem de resíduos industriais na empresa Riocell. Além disso, participou do levantamento ambiental nos Parques da Guarita e da Itapeva, ambos localizados em Torres - RS; também ajudando na investigação do acidente ecológico, maré vermelha, que aconteceu em 31/03/1978, na cidade de Hermenegildo - RS. Atuou em 1972, como assessor ecológico (ALRS) da Comissão Parlamentar de Estudos da Poluição e Defesa do Meio Ambiente. Em 1973, além de discordar das ações da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), também questionou a Política Florestal implementada pelo IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal). Publicou em 1976, o “Fim do futuro, um manifesto ecológico brasileiro” - no qual criticava o consumismo predatório da sociedade industrial, com isso, tornou-se figura carimbada para opinar acerca da poluição, da destruição das florestas e também sobre a perda da biodiversidade global. Solicitado pela Empresa Portoalegrense de Turismo S.A. (EPATUR), em 1977, projetou o Parque da Doca Turística de Porto Alegre. No ano seguinte, em 1978, foi contratado pelo Curtume Fasolo em Bento Gonçalves - RS, para eficientizar o processo produtivo e reduzir a emissão de resíduos. Ainda, nesse ano, coordenou os estudos para implantação da Unidade de Conservação do Parque do Delta do Jacuí, com o objetivo de proteger as áreas alagadiças. Devido ao aumento da demanda por produtos biológicos, fundou em 1979, duas empresas: Vida Produtos Biológicos Ltda, para atuar na reciclagem de resíduos sólidos industriais; e a Tecnologia Convivial Ltda, com o foco em projetos de paisagismo, urbanismo, clínica botânica e saneamento natural. Como pacifista incansável e avesso à criação de Usinas Nucleares no Brasil, destacou-se nas críticas contra o programa brasileiro de energia nuclear, ao mesmo tempo lançou o livro intitulado “O Pesadelo Atômico” (1980), com o qual fortaleceu o embate contra o programa do Governo Militar. Em 1981, com a perda da esposa, teve que deixar a filha mais nova aos cuidados de uma tia. Favorável à Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal SEMA nº 6.938 de 1981), em 1982, protestou contra a descaracterização das cataratas de Sete Quedas, em decorrência da criação do lago da Usina de Itaipu. Atuou a favor da promulgação da Lei dos Agrotóxicos - RS (Lei Estadual nº 7747, de 22/12/1982), a qual reverberou noutros estados, até a criação da Lei Federal nº 7802, de 11/07/1989. Em 1984, com a aprovação do Regimento Interno do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), manteve-se como membro ativo nas reuniões deste Conselho. Em 1985, projetou e coordenou a implantação do Parque Ecológico na sede da Riocell, fábrica de papel e celulose. Com a criação, em 1986, do Partido Verde (PV), deixou a AGAPAN, explicando que "Eu não saí da Agapan. Aconteceu que surgiu um grupo de guris (jovens) que não sabia nada de nada e que transformou a Agapan em política partidária. E aí eles perderam, inclusive, a inserção nos meios de comunicação. Eles não tinham nada a dizer". Criou em 1987, a Fundação Gaia - centro de estudos humanistas focado na promoção de agricultura ecológica, regenerativa, e na educação ambiental para crianças e voltado à conscientização ecológica para a comunidade em geral, com sede numa área de 30ha, que fora uma antiga pedreira de basalto, e que se tornou exemplo de recuperação de áreas degradadas. Preocupava-se com energias limpas, renováveis e tecnologias ecologicamente sustentáveis e socialmente desejáveis. Buscava a conscientização para uma visão naturalista com ética holística, não antropocêntrica, também chamada “ecologia profunda” (deep ecology). Participou da luta contra o Banco Mundial em Rondônia onde o Projeto Polonoroeste causou tremenda devastação e desestruturação social. Foi Secretário Especial do Meio Ambiente, com status de Ministro, entre 1990 e 1992 no governo do Presidente Collor, referindo-se a este período Lutz comentou "...O Collor me ofereceu um espaço que eu, em sã consciência, não poderia recusar.... Eu nunca quis ser governo. Eu sabia que ia ser uma coisa horrível para mim, e foi. Como é que eu podia dizer não? Ele me deu um espaço, eu o aproveitei por dois anos. Durante este tempo, inclusive, aconteceu que grande parte do movimento ambiental se virou contra mim - queriam que eu interagisse mais com eles, que eu relatasse todo dia o que eu estava fazendo; ao contrário, trabalhei principalmente nos bastidores, falando o mínimo possível...". No ano anterior ao seu falecimento, reportou numa entrevista: "Eu acho que hoje há uma mudança fundamental na filosofia. Enquanto que uns 30 anos atrás, quem levantava esta questão da maneira como eu levantava, era considerado meio louco, hoje, o esquema oficial, pelo menos para o Rio Grande do Sul, está querendo levar a agricultura para o caminho ecológico sustentável e a gente vê, a cada dia, notícias nos meios de comunicação de agricultores, que por iniciativa própria estão procurando caminhos de produção sem veneno. Por isso, já não estou nem brigando contra os agrotóxicos. A luta intelectual já está ganha. O que nós temos que fazer agora é promover uma agricultura sadia”. Faleceu em Porto Alegre em 14/05/2002, aos 75 anos. Numa cerimônia simples, apenas envolto num lençol branco de linho, descalço, sendo sepultado sob uma árvore frondosa, na sede da Fundação Gaia.
abstract Reconhecido como ambientalista brasileiro, defendeu a preservação dos recursos naturais, das energias limpas, renováveis e tecnologias socialmente desejáveis e ecologicamente sustentáveis. Cofundador da AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural) e Fundação Gaia, criou a empresa Vida Produtos Biológicos Ltda e a Tecnologia Convivial Ltda.
publishDate 2021
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Cursou o ginasial no Colégio Rosário, dos Irmãos Maristas. Prestou serviço militar em 1945, derradeiro ano da 2ª Guerra e estudou entre 1947/1950 na Faculdade de Agronomia (UFRS). No ano de 1951/1952, concluiu a pós-graduação em Ciências do Solo, na Louisiana State University. Retornou a Porto Alegre, onde trabalhou por quatro quatro anos na Companhia Riograndense de Adubos, após esse período foi contratado pela Sulpampa/BASF, na qual exerceu o cargo de intérprete do diretor da BASF. Neste mesmo ano, casou-se contra a vontade da mãe, com Annimarie Wilms. Entre 1957/1959, transferiu-se para Ciba-Geigy (Alemanha), para atuar com adubos químicos, na sequência recebeu o convite para trabalhar como técnico e executivo da BASF na Venezuela, onde nasceu a primeira filha dele, Lilly Charlotte. Em 1996, mudou-se para o Marrocos, onde nasceu Lara Josette Wilm (2ª filha do casal). Exerceu também o cargo de executivo e assessor técnico no Norte da América do Sul e Caraíbas, na África do Norte, Espanha e Canárias. Em dezembro de 1970, pediu demissão, por não coadunar sua percepção ecológica com o foco agro-químico da BASF, com isso retornou a Porto Alegre e, residiu na casa do pai. Nesse período, atuou como consultor e empresário, ministrou palestras e participou de movimentos ambientalistas na Europa, Américas (Norte; Sul), Ásia e África. Em abril de 1971, juntamente com Augusto Carneiro, Antônio Tavares Quintas, Hilda Zimmermann, Mário Fonseca, Nicolau Campos e Renato Petry, fundou a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), Organização Não Governamental precursora brasileira da ecologia e de questões ambientais, atuando desde a poda adequada de árvores de Porto Alegre; como em ações antipoluição contra a empresa norueguesa Borregaard, fábrica de celulose; intervindo na reciclagem de resíduos industriais na empresa Riocell. Além disso, participou do levantamento ambiental nos Parques da Guarita e da Itapeva, ambos localizados em Torres - RS; também ajudando na investigação do acidente ecológico, maré vermelha, que aconteceu em 31/03/1978, na cidade de Hermenegildo - RS. Atuou em 1972, como assessor ecológico (ALRS) da Comissão Parlamentar de Estudos da Poluição e Defesa do Meio Ambiente. Em 1973, além de discordar das ações da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), também questionou a Política Florestal implementada pelo IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal). Publicou em 1976, o “Fim do futuro, um manifesto ecológico brasileiro” - no qual criticava o consumismo predatório da sociedade industrial, com isso, tornou-se figura carimbada para opinar acerca da poluição, da destruição das florestas e também sobre a perda da biodiversidade global. Solicitado pela Empresa Portoalegrense de Turismo S.A. (EPATUR), em 1977, projetou o Parque da Doca Turística de Porto Alegre. No ano seguinte, em 1978, foi contratado pelo Curtume Fasolo em Bento Gonçalves - RS, para eficientizar o processo produtivo e reduzir a emissão de resíduos. Ainda, nesse ano, coordenou os estudos para implantação da Unidade de Conservação do Parque do Delta do Jacuí, com o objetivo de proteger as áreas alagadiças. Devido ao aumento da demanda por produtos biológicos, fundou em 1979, duas empresas: Vida Produtos Biológicos Ltda, para atuar na reciclagem de resíduos sólidos industriais; e a Tecnologia Convivial Ltda, com o foco em projetos de paisagismo, urbanismo, clínica botânica e saneamento natural. Como pacifista incansável e avesso à criação de Usinas Nucleares no Brasil, destacou-se nas críticas contra o programa brasileiro de energia nuclear, ao mesmo tempo lançou o livro intitulado “O Pesadelo Atômico” (1980), com o qual fortaleceu o embate contra o programa do Governo Militar. Em 1981, com a perda da esposa, teve que deixar a filha mais nova aos cuidados de uma tia. Favorável à Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal SEMA nº 6.938 de 1981), em 1982, protestou contra a descaracterização das cataratas de Sete Quedas, em decorrência da criação do lago da Usina de Itaipu. Atuou a favor da promulgação da Lei dos Agrotóxicos - RS (Lei Estadual nº 7747, de 22/12/1982), a qual reverberou noutros estados, até a criação da Lei Federal nº 7802, de 11/07/1989. Em 1984, com a aprovação do Regimento Interno do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), manteve-se como membro ativo nas reuniões deste Conselho. Em 1985, projetou e coordenou a implantação do Parque Ecológico na sede da Riocell, fábrica de papel e celulose. Com a criação, em 1986, do Partido Verde (PV), deixou a AGAPAN, explicando que "Eu não saí da Agapan. Aconteceu que surgiu um grupo de guris (jovens) que não sabia nada de nada e que transformou a Agapan em política partidária. E aí eles perderam, inclusive, a inserção nos meios de comunicação. Eles não tinham nada a dizer". Criou em 1987, a Fundação Gaia - centro de estudos humanistas focado na promoção de agricultura ecológica, regenerativa, e na educação ambiental para crianças e voltado à conscientização ecológica para a comunidade em geral, com sede numa área de 30ha, que fora uma antiga pedreira de basalto, e que se tornou exemplo de recuperação de áreas degradadas. Preocupava-se com energias limpas, renováveis e tecnologias ecologicamente sustentáveis e socialmente desejáveis. Buscava a conscientização para uma visão naturalista com ética holística, não antropocêntrica, também chamada “ecologia profunda” (deep ecology). Participou da luta contra o Banco Mundial em Rondônia onde o Projeto Polonoroeste causou tremenda devastação e desestruturação social. Foi Secretário Especial do Meio Ambiente, com status de Ministro, entre 1990 e 1992 no governo do Presidente Collor, referindo-se a este período Lutz comentou "...O Collor me ofereceu um espaço que eu, em sã consciência, não poderia recusar.... Eu nunca quis ser governo. Eu sabia que ia ser uma coisa horrível para mim, e foi. Como é que eu podia dizer não? Ele me deu um espaço, eu o aproveitei por dois anos. Durante este tempo, inclusive, aconteceu que grande parte do movimento ambiental se virou contra mim - queriam que eu interagisse mais com eles, que eu relatasse todo dia o que eu estava fazendo; ao contrário, trabalhei principalmente nos bastidores, falando o mínimo possível...". No ano anterior ao seu falecimento, reportou numa entrevista: "Eu acho que hoje há uma mudança fundamental na filosofia. Enquanto que uns 30 anos atrás, quem levantava esta questão da maneira como eu levantava, era considerado meio louco, hoje, o esquema oficial, pelo menos para o Rio Grande do Sul, está querendo levar a agricultura para o caminho ecológico sustentável e a gente vê, a cada dia, notícias nos meios de comunicação de agricultores, que por iniciativa própria estão procurando caminhos de produção sem veneno. Por isso, já não estou nem brigando contra os agrotóxicos. A luta intelectual já está ganha. O que nós temos que fazer agora é promover uma agricultura sadia”. Faleceu em Porto Alegre em 14/05/2002, aos 75 anos. Numa cerimônia simples, apenas envolto num lençol branco de linho, descalço, sendo sepultado sob uma árvore frondosa, na sede da Fundação Gaia. 2021-12-02 jos-lutzenberger_02.jpeg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/c00b5512ebd69175cb046645d5943b3f3a04bfbf.jpg Reconhecido como ambientalista brasileiro, defendeu a preservação dos recursos naturais, das energias limpas, renováveis e tecnologias socialmente desejáveis e ecologicamente sustentáveis. Cofundador da AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural) e Fundação Gaia, criou a empresa Vida Produtos Biológicos Ltda e a Tecnologia Convivial Ltda. 2021-12-02 JOSÉ Lutzenberger. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Lutzenberger. Acessado em 27 nov 2021 às 10h00. JOSÉ Lutzenberger. Síntese de curriculum vitae de José Lutzenberger. Fundação Gaia. Disponível em http://www.fgaia.org.br/apres-lutz.html. Acessado em 27 nov 2021 às 10h30. MENDES, M. O legado de Lutz. Disponível em https://www.blogdomoisesmendes.com.br/o-legado-de-lutz/. Acessado em 26 nov 2021 às 13h30. PEREIRA, E. M. A ética do convívio ecossustentável: Uma biografia de José Lutzenberger. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História. Porto Alegre, 2016. 630 p. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/140281/000990924.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acessado em 26 nov 2021 às 10h00. (Tese de Doutorado). PEREIRA, E. M. Lutzenberger e a materialização da ética ecológica: o Parque Estadual da Guarita (Torres-RS, 1972-1979). MÉTIS: história & cultura, v. 15, n. 30, p. 68-89, jul./dez. 2016. Disponível em http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/viewFile/4935/2773. Acessado em 26 nov 2021 às 10h30. SALERA JÚNIOR, G. Biografia do ambientalista JOSÉ ANTÔNIO LUTZENBERGER. Set 2016. Disponível em https://www.recantodasletras.com.br/biografias/5768873. Acessado em 27 nov 2021 às 11h00. Ciências Agrárias https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/22922 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c00b5512ebd69175cb046645d5943b3f3a04bfbf.jpeg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/9452936d5a187eeae60f5a687c1fd6543f9c354a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/ffb732ddc78fff0e3e9170ab3472950586376d49.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/e60669d4d7300cb1ec8858d4ed4b8ef218837ecf.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/3fcc9ae3b274903becbdba6e066ca2ac8692ca68.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/09742081baea203a5ba2bdf230771e12b515269c.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b2d47fb1d71dd0a851389faee86ba23168e5d771.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/5173b102ffa64fee94d38ae140efc31db7bd83ea.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/ee29e3193eca31d3c3e2547f75f9c745ffd2cd9f.jpg