André Pinto Rebouças

André Pinto Rebouças nasceu em Cachoeira, Bahia, no dia 3 de janeiro de 1838. Filho de Antônio Pereira Rebouças, e de Carolina Pinto Rebouças. O tio dele, Dr. Manuel Maurício Rebouças, foi médico, professor da Faculdade de Medicina da Bahia e combatente da Guerra de Independência do Brasil. Apesar...

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יצא לאור: 2021
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סיכום:André Pinto Rebouças nasceu em Cachoeira, Bahia, no dia 3 de janeiro de 1838. Filho de Antônio Pereira Rebouças, e de Carolina Pinto Rebouças. O tio dele, Dr. Manuel Maurício Rebouças, foi médico, professor da Faculdade de Medicina da Bahia e combatente da Guerra de Independência do Brasil. Apesar do preconceito racial, o pai de André, um mulato filho de uma escrava nascida livre e de um alfaiate português, foi um homem importante e de prestígio na época. Autodidata, advogado representou a Bahia na Câmara de Deputados por diversas legislaturas; foi secretário do Governo da Província de Sergipe; conselheiro de Pedro II, motivo pelo qual recebeu o título de Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, em 1823. Detentor de uma condição social atípica para uma família de descendente de escravos, e também o empenho do pai permitiu a ele e aos 6 irmão uma boa educação e escolaridade elevadas. Em fevereiro de 1842, André muda-se com a família para o Rio de Janeiro, ingressa em 1854, na Escola Militar, onde conclui o curso preparatório em 1857, e logo depois galga o cargo de 2º tenente do Corpo de Engenheiros. Conclui o Bacharelado em Ciências Físicas e Matemáticas, em abril de 1859, na Escola de Aplicação da Praia Vermelha, na qual obtém em dezembro de 1860, o grau de engenheiro militar. "O problema que se tinha a resolver na Alfândega era o mais difícil que se podia propor a um engenheiro; que se tinha ali perfurado o solo até 870 pés de profundidade sem encontrar terreno sólido; que não podia portanto assegurar que sairia vitorioso desta prova e tão somente que faria os maiores esforços para isso.” Ele ganhou fama no Rio de Janeiro, então capital do Império, por ter solucionado um problema de abastecimento de água. Contudo, por não conseguir apoio para o seu projeto de construir diques múltiplos no Rio de Janeiro, desiste da ideia e resolve aceitar trabalhar na comissão criada com o intuito de estudar remodelações no Porto do Maranhão. Posteriormente, foi convidado também para servir como engenheiro militar na guerra do Paraguai, onde desenvolveu um artefato, “torpedo”, que foi utilizado com sucesso pela tropa. Em 1863, é designado para inspecionar as fortalezas do sul do Brasil, o que lhe possibilitou permanecer em Santa Catarina ao lado do irmão Antônio, também engenheiro. No ano seguinte, ou seja, em 1864, André volta à Corte sozinho, porque Antônio permaneceu em Santa Catarina. Em 1865, ao retornar ao Rio de Janeiro, apresenta -se como voluntário da pátria, no teatro das operações militares. Nesse mesmo ano, acontecem dois fatos importantes: a morte da mãe dele, Carolina Rebouças e o convite para participar do Cerco de Uruguaiana, onde faz amizade com o Conde D'Eu, que acompanha o imperador em visita ao campo de batalha. Em 1866, ele participa da luta no passo da Pátria e, em maio contrai a pneumonia, em junho é convidado a participar da defesa do Tuiuti, entretanto afasta-se da batalha pois é acometido de varíola. Retorna, novamente ao Rio de Janeiro e desliga-se do Exército. Em outubro, é nomeado inspetor das alfândegas do Rio de Janeiro. Em 1871, ambos André e o irmão Antônio, apresentam ao Imperador D. Pedro II, o projeto da estrada de ferro que iria ligar a cidade de Curitiba ao litoral do Paraná, na cidade de Antonina. Mas, na execução do projeto, resolveu-se alterar o trajeto para o porto de Paranaguá, obra essa que até hoje, se destaca pela ousadia e magnitude. Contudo, devido a motivos políticos, André é demitido do cargo e volta para a Europa. Em 1872, já na Europa, auxilia Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani, que acabara de compor a obra Fosca. Em junho de 1873, resolve ir para Nova Iorque onde enfrenta o peso do preconceito racial. Em julho desse mesmo ano volta ao Brasil. Retorna ao Brasil a fim de continuar a luta pela abolição da Escravatura. Em 1880 o pai dele, Antônio Pereira Rebouças, morre. André engaja-se definitivamente na campanha abolicionista e trabalha como professor da Escola Politécnica. Em 1883, eleito tesoureiro da Confederação Abolicionista, torna-se o grande financiador e um dos que orientam a campanha no Rio de Janeiro, a favor da abolição dos escravos. A abolição da escravatura, ocorrida em 1888, trouxe, consequentemente a queda do Império, tornando insustentável a permanência dele e da realeza no país. Por isso, em 1889, ele e a família imperial voltam à Europa, André exila-se em Lisboa-Portugal, e trabalha como corresponde do Jornal The Times de Londres. Posteriormente, transfere-se para Cannes, permanecendo lá até a morte de D. Pedro II, em 1891. “A escravidão não está no nome, e sim no fato de usufruir do trabalho de miseráveis sem pagar salário ou pagando apenas o estrito necessário para não morrer de fome”. Em 1892, Rebouças aceita um emprego em Luanda, por 15 meses. Em 1893, resolve morar em Funchal, na Ilha da Madeira e lá permanece até a sua morte no dia 9 de maio de 1898, ele foi encontrado morto no mar, ao pé de uma rocha, bem em frente ao lugar em que morava. Tinha 60 anos. André Rebouças, foi também ao lado de Machado de Assis, Cruz e Souza e José do Patrocínio, um dos representantes da pequena classe média negra em ascensão no Segundo Reinado e um dos ícones mais importantes em prol da abolição da escravatura. Ajudou a criar a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, ao lado de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e outros. Participou também da Confederação Abolicionista e redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora. Participou da Sociedade Central de Imigração, juntamente com o Visconde de Taunay. André Rebouças dedicou-se a compreender os entraves ao desenvolvimento do país sob um olhar progressista e liberal. Lutou pela criação de parques nacionais, sugerindo-os para a Ilha do Bananal, no rio Araguaia, e para Sete Quedas, no Paraná. Devido à importância e à relevância de sua obra, alguns monumentos levam o nome dele e também do irmão, tais como: Avenida Rebouças, na cidade de São Paulo (originalmente chamada rua Doutor Rebouças) homenageia André Rebouças, um dos irmãos de André, também engenheiro. O túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, é uma homenagem à memória dos irmãos Rebouças, os quais também recebem homenagens em várias cidades do Brasil, tais como: Porto Alegre (rua Engenheiro Antônio Rebouças) e Curitiba (bairro Rebouças e Rua Engenheiros Rebouças). A cidade de Rebouças no Paraná, é uma homenagem a Antônio Rebouças (irmão de André) — também engenheiro e parceiro em muitas obras — foi responsável pelo projeto da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, uma das mais ousadas e desafiadoras obras de engenharia do século XIX. O navio-tanque André Rebouças, classe Suezmax, da Transpetro, foi batizado esse nome em dezembro de 2014 e a viagem inaugural foi realizada em maio de 2015.